É um facto que a China é detentora de uma das mais antigas civilizações da humanidade. Ainda a Europa estava mergulhada na pré-história, já o Oriente, tanto a China como a índia, viviam um período iluminado de descobertas - Ainda Cristo, não tinha divulgado a palavra bíblica, já a China, havia descoberto o papel - A história do seu povo é antiga e admirável!
.É verdade que o intercâmbio, económico e cultural é muito importante para os países ocidentais. Se for conduzido em termos de livre circulação recíproca, acho que o ocidente tem mais a ganhar do que a perder. Só que isso não é bem assim: o ocidente absorve tudo o que a China produz ( o que é bom e o que não presta) e a china absorve unicamente o que lhe interessa! A grande diferença passa justamente por aí.
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Pergunto: será que China se está ressentindo com a grave crise económica mundial? - De algum modo sim, pois deixa de vender menos para o exterior - Mas a sua população pouco ou nada vai sofrer com isso - Na China tudo se transforma, nada se perde. Tudo se consome e nada se deita fora - senão o que organismo elimina. Desde a carne de cachorro ao ínfimo gafanhoto. Desde a repelente barata à diligente minhoca. Enquanto na maioria dos países, o golpe económico é desastroso e vai apressar a que o capitalismo seja ainda mais sofisticado e agressivo, naquelas longínquas paragens, as negras nuvens, quase vão passar ao lado. - Pois não se pense que actual crise signifique a morte do grande capital! Ele ainda está de pedra e cal e vai perdurar. - Infelizmente, para pesadelo de biliões de seres humanos, que são usados como carne para canhão Pois, por cada milionário capitalista, haverá mais de mil explorados - E o capitalismo do Estado Chinês, pouco se importará com isso: com o sofrimento de quem está fora das suas fronteiras. Pelo contrário, até é bem capaz de dar a sua ajudinha ao capitalismo ocidental( se necessário for) . Isso interessa aos governantes e amigos do regime, que vão continuar a explorar a cegueira e as fragilidades do capitalismo transnacional. Por outro lado, a dita crise pouco ou nada afectará o povo chinês, que é engenhoso e já se habitou, desde há muito, a sobreviver com muito pouco e no meio das maiores adversidades. E o regime comunista, muito menos sofrerá com isso: poderá introduzir ( e introduzirá, com certeza) algumas nuances de abertura aos mercados e à propriedade privada, mas apenas para o tornar o seu capitalismo de Estado ainda mais eficiente e duradouro - Pelo menos, durante mais uma década!
.E, afinal, como explicar o sucesso do regime chinês - que resiste, mesmo após o colapso do comunismo soviético e da queda do muro de Berlim? - Perguntar-se-á: - por ser o expoente de um regime proletário bem sucedido? Obviamente que não; pelo contrário: é fazer, com que cada individuo, mais de que simples operário das fábricas, ou campesino, seja ao mesmo tempo um artesão, com um sentido altamente comunitário, tal como as abelhas numa colmeia. Este é, em grande parte, o segredo da vida chinesa. E, a bem dizer, foi também a força motriz que fez com que o homem pudesse sobreviver e evoluir entre as demais espécies ao longo dos tempos e de todas as épocas
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Na sociedade ocidental, um empregado que é despedido da sua fábrica, do ramo onde trabalhava, dificilmente se defende se não arranjar outro trabalho compatível. Onde estão os sapateiros e oleiros da minha infância, onde estão? Nesse tempo, algum deles passaria fome em qualquer parte onde se encontrasse?!. O mesmo se pode dizer hoje de um bom pintor, de um bom músico,, marceneiro ou bordadeira! - Desde o dia em que se começou a incutir um certo espírito massificador - na cultura, nas artes, na ciência, na procura de emprego -, a civilização ocidental só tem regredido
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Claro que um dos factores principais do sucesso do regime chinês, é, naturalmente, a disciplina, o amor pelo trabalho e a família, o espírito empreendedor e de sobrevivência( que, de resto, já vem de longe) e um grande sentido colectivo - este acentuado ainda mais pela revolução chinesa. Enquanto que, um dos grandes males da decadente civilização ocidental, é justamente o egoísmo dominante, o individualismo exacerbado, o capitalismo selvagem, a perda e descaracterização da sua identidade e dos seus valores ancestrais. - Esta, sem dúvida, a causa para que, ao longo da jornada evolutiva da humanidade, muitas civilizações desaparecessem e outras tomassem o seu lugar.
Este é o destino para qual caminham a passos largos: a Europa, as Américas, Austrália, e até mesmo os países africanos que não souberam libertar-se dos malefícios e dos preconceitos - colonizados/colonizadores - E quem vai saber resistir e perdurar é a raça amarela. Esta já se disseminou há muitos séculos por várias partes do mundo e será precisamente a mesma que completará o seu ciclo, impondo-se às demais.
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Vale a pena aqui recordar as palavras do escritor francês louis-Ferdinand Céline - Nasceu em Coubervoie, no Sena, a 22 de Maio de 1894; faleceu a 1 de Julho de 1961, em Paris, vítima de um aneurisma. Uma das suas obras mais conhecida é “Viagem ao fim da Noite” Não é autor que eu admire - aliás, o seu comportamento durante a ocupação alemã, é condenado pela história. No entanto, há uma afirmação sua, que surge publicada numa das entrevistas que concedeu, que me parece algo profética ou pelo menos merecedora de alguma reflexão nos tempos actuais. Disse o seguinte: “Vão ter que ver quando as hordas amarelas se lançarem sobre vocês. Digo bem, sobre vocês, os jovens; eu, felizmente, estarei morto” (..) “No mundo amarelo, toda a gente desaparece , antropologicamente. É assim. O amarelo é o pilriteiro da raça. Tudo o mais são fluorescências secundárias. Mas o fundo é amarelo. O branco não é uma cor. O amarelo tem todas as qualidades necessárias para se tornar o rei da Terra. “
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Compartilho com Celine esse seu pensamento. Compreendo-o. Ele estava preocupado mas eu nem tanto assim. Não considero que seja um pensamento racista no sentido negro do termo. Até porque não me parece que a humanidade venha a perder muito com isso - Pois, no conjunto das muitas espécies que desaparecem, todos os dias, o desaparecimento de uma raça, será apenas mais um mero episódio a acrescentar a um já vasto leque de perdas Aliás, sublinhe-se que outras vão também surgindo - o processo evolutivo é imparável. A História do Homem, perde, porém, algum colorido antropológico - que vai deixar de ter. Contudo, ganhará no tocante ao reforço das formas de sobrevivência e de enfrentar certos desafios do futuro: como, por exemplo, a escassez de certas matérias primas e dos recursos naturais. Por isso, os chineses e outros povos asiáticos - já, por natureza, herdeiros de uma cultura milenar - serão também a grande civilização do futuro. Só eles poderão levar por diante - e ainda mais longe - a grande jornada evolutiva do ser humano!
Luís de Raziel
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