Balsemão O Bom Patrão
"O que sabem os jornalistas uns dos outros? Dos problemas que defrontamos, das pressões, das angústias… Seremos alguns milhares, exercitamo-nos na mesma profissão,
Vem isto a propósito de um email que recebi de um amigo, também ele jornalista. Dava-me a conhecer um artigo publicado no Jornal de Negócios, em 24 de Novembro passado, a propósito do que se passa no BPN. O artigo é assinado pelo jornalista Camilo Lourenço (1ªfoto), ex-director da revista Exame, onde ele relata as circunstâncias em que foi despedido pelo Dr.Balsemão, na sequência de uma notícia publicada em primeiríssima mão nessa revista, em 2001, onde se alertava para actos de má gestão no BPN."
Logo após a publicação dessa notícia, que fez a manchete dessa edição da Exame,

A TEMPERA DE UM NATIVO SERRA DA ESTRELA
Pinto Balsemão tem a têmpera do granito da Guarda - Seu pai Henrique Patrício Pinto Balsemão nasceu no dia 9 de Setembro de 1897 na cidade mais alta de Portugal - O filho Francisco nasceu em Lisboa no dia 1 de Setembro de 1937 - Tal como seu pai é um nativo virgiano. Ambos nasceram em dias ímpares mas ele prefere o número par. "Quando posso, arranco com os meus projetos num dia 6: o Expresso começou a 6, o PSD foi anunciado num dia 6, a Caras saiu num dia 6. A SIC Notícias só não iniciou as emissões a 6 porque era um sábado. Não sou supersticioso, mas, se puder ser a 6, é."JN - Acho que faz bem - É assim que se contrariam os enguiços: ao número seis só faltam, dois tracinhos: um de cada lado para tomar a forma de cifrão
Sem dúvida, o
Expresso está de parabéns - E, por enquanto, ainda está nas
mãos que lhe dão algum rumo - por sinal, também facturam bem - Depois dele, poderá suceder o mesmo que à Fundação Gulbenkiam, com Azeredo Perdigão - Vão acabando com tudo, só não acabam com a administração
Não creio que, nas mãos do filhos ou seja lá quem for, possa ficar melhor - Os bons anos do jornalismo, em Portugal, também já passaram à história - Se estivesse nas mãos de Miguel Relvas, estaria bem pior - Depois de ter ajudado a fazer a venda do Diário de Notícias, Jornal de Notícia e TSF, não faltarão telefonemas do seu gabinete para as "boas notícias" do seu regime: não com ameaças do jeito das que fez ao PÚBLICO, pois já deve ter reconhecido que não é com vinagre que se apanham as moscas - além de que, atenção, agora é mais a sério e ai daquele que o contrariar; sim, agora, muito cuidado!
A coisa agora está nas mãos da fina flor do país africano onde o Super Miguelito deu grandes banhos nas praias do Mussulo e aprendeu pelas melhores cartilhas coloniais a poder a coabitar, no futuro e nas sete quintas, com o colonialismo negro - Há, pois, que reconhecer que, enquanto ele coçava a barriga à sombra dos coqueiros em Angola e se deleitava pelas melhores esplanadas de Luanda, já Francisco Balsemão, dava alguns safanões no regime que teimava alimentar uma guerra colonial sem fim à vista - Indubitavelmente, sem o semanário Expresso, o jornalismo português teria ficado mais pobre, muitas noticias não teriam sido publicadas e muitas pessoas teriam ficado ignoradas, umas vezes criticadas, outras promovidas - isto para já não falar nos destinos da política - O Expresso nasceu em 1973, na chamada primavera Marcelista, ou chamar-lhe-ia o Advento do 25 de Abril - Encontrava-me eu (o outro que não o Raziell) em São Tomé, há dez anos. Depois de uma experiência, bem amarga pela vida da roça (para onde fui estagiar como técnico agrícola) era então operador no ERSTP e correspondente de uma revista de Angola, a Semana Ilustrada" - Nessa altura, já eu sabia o que era a censura e também já conhecia o que eram os calabouços da PIDE e os seus mimos - Tal como na dita Metrópole, também ali o Expresso era o jornal mais apreciado - O mais lido continuava a ser A Bola - a bíblia da overdose futebolista
Não creio que, nas mãos do filhos ou seja lá quem for, possa ficar melhor - Os bons anos do jornalismo, em Portugal, também já passaram à história - Se estivesse nas mãos de Miguel Relvas, estaria bem pior - Depois de ter ajudado a fazer a venda do Diário de Notícias, Jornal de Notícia e TSF, não faltarão telefonemas do seu gabinete para as "boas notícias" do seu regime: não com ameaças do jeito das que fez ao PÚBLICO, pois já deve ter reconhecido que não é com vinagre que se apanham as moscas - além de que, atenção, agora é mais a sério e ai daquele que o contrariar; sim, agora, muito cuidado!
A coisa agora está nas mãos da fina flor do país africano onde o Super Miguelito deu grandes banhos nas praias do Mussulo e aprendeu pelas melhores cartilhas coloniais a poder a coabitar, no futuro e nas sete quintas, com o colonialismo negro - Há, pois, que reconhecer que, enquanto ele coçava a barriga à sombra dos coqueiros em Angola e se deleitava pelas melhores esplanadas de Luanda, já Francisco Balsemão, dava alguns safanões no regime que teimava alimentar uma guerra colonial sem fim à vista - Indubitavelmente, sem o semanário Expresso, o jornalismo português teria ficado mais pobre, muitas noticias não teriam sido publicadas e muitas pessoas teriam ficado ignoradas, umas vezes criticadas, outras promovidas - isto para já não falar nos destinos da política - O Expresso nasceu em 1973, na chamada primavera Marcelista, ou chamar-lhe-ia o Advento do 25 de Abril - Encontrava-me eu (o outro que não o Raziell) em São Tomé, há dez anos. Depois de uma experiência, bem amarga pela vida da roça (para onde fui estagiar como técnico agrícola) era então operador no ERSTP e correspondente de uma revista de Angola, a Semana Ilustrada" - Nessa altura, já eu sabia o que era a censura e também já conhecia o que eram os calabouços da PIDE e os seus mimos - Tal como na dita Metrópole, também ali o Expresso era o jornal mais apreciado - O mais lido continuava a ser A Bola - a bíblia da overdose futebolista
Foi através do
semanário Expresso que chegaram os primeiros cheiros a manjerico - Antes
disso, só se fosse a bosta de boi da censura e da repressão. O cheiro dos
cravos, viria um ano depois. - Entretanto, "após sucessivas desilusões,
os deputados da Ala Liberal, foram abandonando a Assembleia. Sá
Carneiro foi o primeiro, em 1973, com a famosa expressão "É o fim!",
seguindo-se-lhe vários outros. Passaram à oposição, nomeadamente através de
artigos publicados no jornal Expresso, fundado por Pinto Balsemão em Janeiro
de 1973. Os esforços dos "liberais" terão tido o efeito de
desacreditar a experiência marcelista junto de largos sectores das classes
médias portuguesas"
O Expresso
também já foi melhor do que é actualmente - Essa Primavera também já lá vai.
Nem veio para ficar. Nem para anteceder dias melhores. - Não vou aqui
escalpelizar essa análise: está à vista de quem o lê. Mas o futuro ainda vai
ser pior: a dita
A Tirania
da Comunicação denunciada por Ignacio Ramonet, cada vez
refina e diaboliza ainda mais os métodos dos media da actualidade -
O capitalismo não larga mão dos meios de comunicação social e, ao mesmo tempo
que devora tudo o que lhe fizer concorrência e se espalha como as lojas do
Pingo Doce, num super-patrão, o mesmo sucede nos media, cada vez tudo nas
mesmas mãos - E não se pense que é pensar no pluralismo e na
liberdade de expressão. As tecnologias da era digital deram um contributo
importante mas estão a perverter o jornalismo objectivo, torná-lo mercadoria e,
aos jornalistas, meros mandaretes dos editores e dos seus patrões,
podendo ser chutados a troco de nada. Apesar de tudo, o Expresso - e outros
títulos e outros órgãos de comunicação, fundados por Francisco Pinto Balsemão,
ainda vão dando algumas abébias, talvez no único país europeu, onde não existe
um único jornal de esquerda
Não esperem
melhores dias. O panorama é generalizado - vai das ditaduras aos chamadas
democracias - onde o liberalismo faz ainda mais estragos que no fascismo e até,
sob o ponto de vista económico, que no ideário nazi - O monopolismo e o
super-controlo dos media, condiciona o pluralismo e a liberdade de
informação, e, por este andar, não tarda, que, a própria Internet,
leve um grande murro no estômago.
(17 Nov 2012)
"O papel da Internet e das redes sociais na configuração do espaço público
foi hoje questionado num debate em Coimbra, tendo o empresário Pinto Balsemão
admitido a necessidade de limitar o que for “desinformação”.
Francisco Pinto
Balsemão, presidente da SIC, disse que na Internet, incluindo nas redes
sociais, nos anos mais recentes, são veiculadas informações com importância
noticiosa, mas referiu que, “misturado com isto tudo, há rumores que nunca são
confirmados”.
"Na
internet há rumores que nunca são confirmados”.?!.. E nos jornais? -"grande
parte das notícias "são rumores perigosíssimos"
13 maio 2011 "Francisco Pinto Balsemão afirmou, quinta-feira, num
jantar do Clube Português de Imprensa (CPI) que, actualmente, grande parte das
notícias "são rumores perigosíssimos" "provenientes de pessoas
que se acovardam".
O presidente do
grupo Impresa, que foi homenageado pelo CPI no ano em que comemora 30 anos de
existência, acrescentou que as fontes jornalísticas cada vez mais "não
gostam de dar a cara" e "inventam factos"Grande parte
das notícias "são rumores perigosíssimos
14 dezembro
2012 1"Defensores dos direitos humanos, redes sociais e outros meios de
comunicação dizem que países como Rússia, Emirados Árabes Unidos, Brasil, Índia
e China apóiam a proposta da ONU de controle da internet via União
Internacional de Telecomunicações das Nações Unidas."
"Se aprovada,
este será o mais autoritário atentado contra a Internet livre e aberta.
A proposta será
discutida por 193 países, dentre os quais vários países europeus e também os
Estados Unidos são firmemente contra. O que é realmente preocupante é se esses
países votarão ou não, porque aparentemente não houve vetos aos procedimentos
da UIT.
Rússia e
Emirados Árabes Unidos propuseram que todos os países participantes tenham “os
mesmos direitos para gerenciar a Internet" - Excerto Liberdade da
Internet Está em Jogo
"Não
percebo a pressa da privatização da RTP"
Estoril 1985 - Francisco Pinto Balsemão , prestando declarações, ao sósia de Luís de Raziel, sobre Isabel Torres, filha do seu grande amigo, César Torres - Ela era ainda muito nova e ele dizia que ia ser uma grande promessa na pintura - e parece que foi.
Humana e silenciosa contemplação ao que oculta o visível por entre os pinheiros verdes e o azul


"Quanto tive a ideia do Expresso, e quando o fundei " - declarou Pinto Balsemão, ao DN, numa longa entrevista publicada hoje, sob o título «Sou "uma fonte" . Dou muitas manchetes», o meu objectivo era acima de tudo fazer um tipo de jornalismo que não existia em Portugal, muito mais anglo-saxónico, separando a notícia da opinião, tratando de assuntos que não eram de todo tratados naquela altura, embora hoje em dia pareça estranho, como o jornalismo financeiro, de negócios, económico. E na parte cultural o tratamento jornalístico em Portugal também era muito limitado. Conseguimos fazer um tipo de jornalismo completamente diferente."
(...) Porquê um
semanário? - Porque entendi, na altura, que nos jornais diários já havia um
mercado muito grande. Vendiam muitíssimo, incluindo os da tarde. Faltava um
semanário de opinião. Não no sentido de opinião partidária ou ideológica, mas
que trouxesse, por um lado, as noticias, e, por outro, veiculasse opiniões,
diferentes, de maneira que o leitor tenha a última escolha"
O fundador do
Expresso e da SIC, confessou também ao DN que o seu tio e padrinho, "que
eu adorava e que me adorava a mim" (...), "como não tinha filhos,
tínhamos uma relação muito estreita, resolveu vender o Diário Popular. Quando
essa venda aconteceu, em 71, eu não estava de acordo, já tinha o
"bicho" do jornalismo, e entendi que era possível provar a mim
próprio, à família e ao mundo, que era possível fazer um jornalismo diferente,
apesar de haver censura, apesar de Marcelo Caetano, apesar de tudo. A censura
tinha abrandado, comparativamente com o regime de Salazar, o director, já não
tinha de ser aprovado pelo governo e havia espaço. Pelos vistos acertei. O
jornal vendeu logo 60 mil."
"O
dinheiro da venda do Diário Popular foi utilizado para a fundação do Expresso?
- Como o meu pai entretanto tinha morrido, o dinheiro que recebi foi utilizado
para isso. Depois arranjei um conjunto de sócios, que conhecia através de
conhecimentos pessoais, e a cada um dei determinado tipo de funções" DN -
06-01-2013
15 outubro 2012 -Em comunicado a empresa de Pinto Balsemão
anuncia que vai descontinuar os títulos Casa Cláudia, Casa Cláudia Ideias,
Arquitectura&Construção, Autosport, Volante, Relvado e Mygames.
Impresa
acaba com revistas e sites especializados
"Continuo
a achar que, na altura, isso não foi um erro. Se pudesse voltar atrás, e tendo
em conta a programação que depois surgiu a esse nível, secalhar não teria a
mesma opinião em termos comerciais. -
Foi um
jornalismo mais independente e mais irreverente em relação ao poder político,
feito com gente mais nova, mais atrevida e, sobretudo, focando assuntos que
normalmente não eram tratados em televisão. O Praça Pública é o exemplo sempre
citado. É um bom exemplo.
Continuo a
achar que, na altura, isso não foi um erro. Se pudesse voltar atrás, e tendo em
conta a programação que depois surgiu a esse nível, se calhar não teria a mesma
opinião em termos comerciais. Mas é o tipo de programa de que não gosto, não
apenas pela devassa da vida privada que o formato potencia e que os candidatos
também permitem, mas pelo lado da denúncia e da expulsão. Sempre odiei quem denuncia,
quem faz queixas... a PIDE. Isso choca-me. A Casa dos Segredos talvez seja
pior.
Mas não o
incomoda também a devassa da vida privada?
Incomoda-me
muito. No entanto, quando nas redes sociais as pessoas se predispõem a isso
voluntariamente, se calhar sou eu que estou enganado. Indignamo-nos por sermos
filmados por câmaras de videovigilância na rua, num elevador ou numa loja, mas
não experimentamos a mesma indignação ao ver fotografias, pensamentos íntimos,
descrições da vida privada no Facebook ou vídeos pessoais no YouTube. Isso
aflige-me Se pudesse
voltar atrás, não teria a mesma opinião
3 abril 2007 DN - "Francisco Pinto Balsemão foi ontem reeleito
presidente da Impresa. Fica, se cumprir o mandato até ao fim, mais quatro à
frente do grupo. Apesar dos seus 69 anos (passará a septuagenário em Setembro),
afasta a ideia de reforma. "Reformar-me? Eu?", respondia quando
questionado se iria deixar de ter funções executivas na Impresa. Sente força
física e mental para continuar. Mas já reserva a quarta-feira para si,
aproveitando boa parte delas para jogar golfe. Mercedes Balsemão, a segunda
mulher, é também parceira de golfe.Pinto
Balsemão fica mais 4 anos na Impresa -
DN "Remunerações O presidente do grupo Impresa, que detém a SIC, recebeu em
2009 um salário de quase 355 mil euros. Fazendo as contas, Pinto Balsemão
auferiu um ordenado mensal de 25 340 euros, segundo o relatório e contas do
grupo, disponível desde ontem no regulador do mercado, a CMVM.
No total, o
grupo que detém a SIC pagou um milhão de euros em salários, quer a
administradores executivos quer não executivos.Pinto Balsemão recebeu
355 mil euros de salário
"Houve uma época em que o jornalista era visto como um herói. Ele era
considerado aquele profissional que reparava de erros, denunciava as
injustiças. Essa imagem do jornalista como um justiceiro, inclusive, serviu
para influenciar o roteiro de muitas histórias de quadrinhos criadas no
passado. Não é ao acaso o fato de muitas personagens de desenhos e filmes como
o super-homem, Timtim e o homem-aranha serem jornalistas.
Infelizmente,
surgiram alguns vilões que levaram toda aquela imagem heróica do jornalista
esgoto abaixo - Excerto de Informe
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