"Recebi
um convite para a celebração dos 50 anos de vida artística de Amália, ou seja
do seu fado a cantar o fado. Por singular coincidência, também eu este ano faço
50 anos com o meu fado, que é só letra sem música possível. Sim, sim, foi em
1939 que eu escrevi O Caminho Fica Longe. Singular profecia. Tão longe,
que nunca cheguei a encontrá-lo. Amália sim. Ela é, com Eusébio no Futebol,
a nossa única imagem de marca de internacionalidade. Ah, e o Pessoa. Estamos
perfeitamente representados. Dos pés à garganta e da garganta aos pés. O
resto que não está resolve-se razoavelmente com água de Fátima ou uma feijoada
à moda do Porto - 17 -Junho(sábado) 1989. - Vergílo Ferreira - In
Conta-Corrente - Nesta data, Eusébio tinha 47, Cristiano, ainda era criança
de berço, com três anos de idade

É é, de facto, o que tem acontecido. Espero que assim continue a suceder - claro, sem ter que ir parar ao hospital. O que eu lhe desejo, com sinceridade, nesta data, é que seja festejada com muita alegria, que a saúde não lhe falte e continue a ser a inesquecível legenda, o grande embaixador do futebol Português
OS
SEUS CHUTOS À BALIZA ERAM INDEFENSÁVEIS - TINHAM A FORÇA DE UM PETARDO! - MAS
TAMBÉM FALHOU EM MOMENTOS DECISIVOS - ESTAVA LESIONADO - E CHOROU!..
Tal
como Cristiano Ronaldo, que faz 27 anos, no próximo dia 5 de Fevereiro, segundo
decanato de aquário, e que toda a gente sabe que, além de genial nas jogadas, é
sempre, entre os onze em campo, o que dá o litro até ao fim, o atleta mais
esforçado, que corre o campo de baliza a baliza, que chora se a vitória não lhe
sorri, sobretudo merecendo-a, pois, também Eusébio, era assim: o jogador mais
interventivo e inconformado, até às lágrimas - isso aconteceu em Londres, no
estádio de Wembley, no qual o Benfica acabaria por perder com o famoso
Manchester por 4-1, após prolongamento - Lembro-me, perfeitamente como se fosse
hoje - Era comovente... No final do Jogo, não escondia a sua profunda
tristeza....Chorava!... Dizia-se que Eusébio estava lesionado e falhou o golo
do último minuto. «Se tivesse rematado com o pé direito, entrava a bola e
entrava eu...» refere a Bola, em Eusébio fez
parar Londres - A Bola
Estudava eu na Escola Agrícola, em Santo
Tirso – Víamos os jogos numa televisão no refeitório - Claro, ainda a preto e
branco. Sou um pouco mais novo que Eusébio, mas tenho bem
presente na memória a sua fulgurante carreira. Nomeadamente, em 1962, nos
memoráveis jogos para a conquista da segunda Taça dos Campeões Europeus. Sobretudo, naquela célebre final
com o Real Madrid, em que, a equipa do Benfica,
depois de ter estado a perder por dois golos de desvantagem, eis que, a
inspiração do Pantera Negra, vem ao de cima, fuzila as redes dos madrilenos com
dois golos, cifrando-se o resultado num sensacional 5-3 - Que daria o mote para uma nova canção
benfiquista: cinco a três, foi a conta que Deus fez!
Sou do Alto Douro e sempre me inclinei para o
Futebol Clube do Porto - de resto, foi a primeira equipa que eu vi jogar. Mas,
naquela altura, quando o Benfica jogava com as equipas estrangeiras, quem não
era benfiquista?! - Foi realmente um período áureo, que, dificilmente, com a
actual direcção, poderá lograr.

Quem admirava muito o Eusébio era o treinador
brasileiro Oto Glória Tinha uma
admiração muito especial por ele - Contou-me alguns episódicos e fez-me essa
revelação na sala de jantar do Hotel Altis. Estava ele, eu, o Presidente Fernando Martins e creio que o Director do Hotel - Às
tantas perguntou-me se eu não queria publicar as suas memórias - Andava já a
queixar-se de problemas de saúde e não queria morrer sem publicar os seus
diários. Infelizmente, acabaria por morrer nesse mesmo ano. Manifestei-lhe a
minha simpatia por tão honrosa proposta mas respondi-lhe que não tinha tempo,
como repórter de rádio, andava sempre com o tempo muito ocupado. Foi pena...
Espero que um dia a família o faça.
Nesse longo convívio, quer ele, quer Fernando
Martins, contaram-se muitas histórias do futebol - Coisas até de árbitros...
Que não se podiam contar!... Claro, nem tudo foi gravado - Sim, tanto mais que
as mais interessantes, seriam contadas, descontraidamente, e sem o microfone.
Oto Glória foi o grande pioneiro e
revolucionário do futebol Português - Foi do Brasil que ele trouxe a grande
inspiração e os novos métodos. Deu títulos ao Benfica, ao Sporting, ao
Belenense e ao Porto e ainda treinou a selecção nacional - Apesar disso, nem
sempre compreendido. É-lhe atribuída a expressão sobre o trabalho de treinador
em Portugal: «Naquele país, quando se
perde o treinador é chamado de "Besta". Quando vence, de
"Bestial"».
Mas foi com o treinador húngaro Béla Guttmann. que o
Benfica conquistaria os dois títulos de campeão nacional em 1959/60 e 1960/61, e, pela primeira vez na sua História,
duas Taças dos Campeões Europeus Que, pelos vistos, tanto deu ao Benfica
de promissor, como de agouro - Mas também a ele - porque, depois dessas
gloriosas conquistas, também ele nunca mais foi o mesmo... Emproado pela fama,
exige mais dinheiro, o Benfica não podendo satisfazer as suas exigências, deixa
inopinadamente o clube da luz, após o jogo com o Real Madrid, com a famosa maldição:
"Nos próximos 100 anos, o Benfica não voltará a ser campeão
europeu". - La maldición de Bela Guttman
- Mas, pelo que se depreende, também
ele acabaria por ser contagiado e vitima da sua má língua...Nunca mais conheceu
o sabor das mesmas vitórias.
Exorcismo no antigo Estádio da luz - Se quer
conhecer a história desta imagem veja neste site, em JOSÉ MOURINHO AMEAÇA SAIR

Eu tinha-o entrevistado para uma estação de
rádio e, no final da entrevista, querendo continuar o diálogo - pois Eusébio
sempre foi(é) uma pessoa muito humana, afável, dialogante e simpática -
perguntei-lhe se não se importava de me deixar no Hotel Sheraton Lisboa - Eu
estava lá hospedado com uma amiga a passar a lua de mel - dois meses(quase três
- conto isso em ROMANCE NO SHERATON ... ) e dava-me jeito que
lá me deixasse - Mas era sobretudo pelo prazer de falar um pouco mais com ele .
E lá fomos os dois. Ele tinha uma bocado de pressa: ia ter com a mulher ou a
buscar a filha. Já não me lembra a marca do seu carro. Mas era de boa marca,
desportivo, vermelho e de dois lugares. Creio que ainda devo ter a gravação das
suas declarações no meu arquivo de mais 300 cassetes. Um dia destes vou ver se
a localizo.
Pois bem, quero aqui, neste meu site, de
forma singela manifestar a minha homenagem ao nosso mais admirado e querido
jogador Português - Hoje, pensamos em Ronaldo - mas cada um no seu género:
ambos são fenomenais e grandes figuras do futebol português - indubitavelmente,
e a par do Figo, as nossas maiores estrelas futebolísticas até hoje.
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